Ciência e Saúde

12/Jul/2023 10:09h
MC Marcinho usa terapia conhecida como ECMO, espécie de pulmão artificial; entenda como funciona
11/Jul/2023 09:01h
Cuidar bem dos dentes é bom para o cérebro
09/Jul/2023 09:01h
Cuidado para não sabotar o seu futuro eu
06/Jul/2023 09:01h
Por que nossos órgãos envelhecem de forma diferente
05/Jul/2023 10:33h
Obesidade, ansiedade e inflamações: entenda como suplemento de óleo de coco pode se tornar 'vilão' n...
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Ciência e Saúde - G1

  • MC Marcinho usa terapia conhecida como ECMO, espécie de pulmão artificial; entenda como funciona


    Cantor está internado na UTI e com o pulmão incapaz de absorver o oxigênio. Por isso, foi preciso 'substituir' o órgão. A ECMO age como um pulmão artificial e oxigena o sangue fora do corpo. ECMO: entenda como funciona a terapia usada em MC Marcinho Um dos maiores nomes da história do funk carioca, Marcio André Nepomuceno Garcia, o MC Marcinho, está desde segunda-feira (10) na UTI do Hospital Copa D'Or após uma parada cardiorrespiratória. De acordo com o boletim médico divulgado nesta terça (11), foi necessário o uso de uma terapia conhecida como ECMO ? Oxigenação por Membrana Extracorpórea, na tradução. Ou seja, a oxigenação do paciente será feita por uma membrana fora do corpo. A ECMO foi muito utilizada por pacientes da Covid, como o ator Paulo Gustavo, morto em 2021. Apesar de o artista não ter resistido à longa internação, a terapia salvou dezenas de outros pacientes (veja relatos). Como funciona a Ecmo A ECMO retira e filtra o sangue Reprodução/TV Globo Em alguns pacientes, o pulmão se torna incapaz de absorver o oxigênio. Por isso, é preciso ?substituir? o órgão. É nessa hora que a ECMO entra. O equipamento age como um pulmão artificial e oxigena o sangue fora do corpo. Segundo médicos, a ECMO possibilita que pulmão debilitado repouse enquanto o aparelho devolve o sangue oxigenado artificialmente para o corpo. A terapia funciona como uma ponte para a recuperação. Quando o paciente está na máquina, ele precisa estar sedado. "O pulmão passa a ser a membrana. Controlamos o gás carbônico e o oxigênio por essa membrana. Deixamos o pulmão parado para desinflamar", explicou o fisioterapeuta cardiorrespiratório e de Terapia Intensiva Fábio Rodrigues. Veja depoimentos de recuperados da Covid que fizeram mesma terapia que Paulo Gustavo: ECMO Diferente do ventilador mecânico Apesar de semelhantes, a ventilação mecânica não é igual a ECMO. O ventilador dá oxigênio, promove as trocas gasosas e dá pressão para o pulmão ficar aberto. Ele não substitui o pulmão. Ele vai favorecer a fisioterapia e a recuperação do pulmão. No entanto, o suporte tem um limite e, quando o ventilador não consegue fazer o pulmão lesado funcionar bem, e não há mais troca de oxigênio, a ECMO é indicada. Tipos de terapia A terapia já existe há muitos anos e pode ser de dois tipos: Veno-venosa: utilizada em pacientes com insuficiência respiratória. O sangue é retirado de uma veia central, passa pela membrana extracorpórea onde é realizada a troca gasosa e retorna por uma veia central. Essa é a terapia usada nos casos de Covid-19 e também no ator Paulo Gustavo. Veno-arterial: utilizada em casos de insuficiência cardíaca. Fornece tanto suporte respiratório como circulatório. O sangue retorna para o sistema arterial e fornece suporte hemodinâmico, além do suporte ventilatório. Para todas as idades e sem prazo O equipamento pode ser usado em pessoas de todas as idades, desde recém-nascidos até idosos, e está disponível tanto na rede privada quanto pública, em hospitais de referência. Os especialistas explicam que não existe prazo para o paciente ficar na ECMO. A retirada é feita se houver excesso de coágulo no circuito, sangramento excessivo ou se o pulmão melhorar. Veja quando o uso é contraindicado: Falência múltipla de órgãos Doenças pulmonares ou cardiovasculares irreversíveis Pacientes que passaram muito tempo em ventilação e já têm danos pulmonares Coagulopatia grave e/ou hemorragia Outras anomalias congênitas

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  • Cuidar bem dos dentes é bom para o cérebro


    Comprometimento da saúde oral está relacionado à diminuição do volume do hipocampo, cujas células são as primeiras a serem danificadas pelo Alzheimer. Não é a primeira vez que trato do tema, mas sempre é bom voltar ao assunto até que não somente as pessoas, mas também os gestores públicos se deem conta da sua relevância. Estudo publicado semana passada na revista científica ?Neurology? afirma que a periodontite (doença das gengivas) e a perda de dentes estão associadas ao encolhimento do hipocampo, região do cérebro que desempenha papel crucial na memória e cujas células são as primeiras a serem danificadas pelo Alzheimer. Os cientistas enfatizam que não é possível garantir que o achado representa uma prova cabal de que tal quadro leva à demência, mas sugerem uma relação entre as condições. Comprometimento da saúde oral está relacionado à diminuição do volume do hipocampo Joseph Shohmelian para Pixabay ?Na velhice, a periodontite provoca a retração da gengiva e a perda dos dentes, por isso é tão importante avaliar a potencial relação entre esse problema e o desenvolvimento de demência. Nosso estudo aponta que tal condição pode afetar a parte do cérebro que controla a memória e o raciocínio?, disse Satoshi Yamaguchi, professor da Universidade Tohoku (Japão) e coautor do trabalho. Uma boca doente é uma espécie de berçário de agentes inflamatórios que podem se espalhar pela corrente sanguínea e chegar ao cérebro, contribuindo para a sucessão de eventos que levam à demência. Israel, por exemplo, tem um projeto ambicioso para oferecer atendimento odontológico para todos os idosos acima de 65 anos, recuperando a saúde oral dos cidadãos, o que inclui limpeza, tratamento de canal e realização de implantes. No começo do levantamento, os participantes tinham, em média, 67 anos e não apresentavam distúrbios de memória. Todos foram submetidos a exames odontológicos e ressonância magnética do cérebro, para medir o volume do hipocampo. A nova rodada de check-up ocorreu quatro anos depois e os pesquisadores notaram que a presença de periodontite, de moderada a severa, e a perda de dentes estavam associadas a alterações no hipocampo. Em outro estudo, sobre os malefícios do sedentarismo, pesquisadores da Universidade de Cambridge mapearam como pessoas acima dos 60 que diminuem a atividade física pioram sua qualidade de vida. Exercícios de moderados a intensos, que elevam a frequência cardíaca, reduzem o risco de diversas enfermidades, como doença coronariana, acidente vascular cerebral, diabetes e câncer. Embora o ideal preconizado seja de 150 minutos por semana, idosos se beneficiam se interromperem os longos períodos em que permanecem sentados ? pelo menos ficando de pé. Foram monitorados cerca de 1.400 participantes que usavam acelerômetros, dispositivos que medem o nível de atividade física. Paralelamente, o grupo respondeu a questões sobre seu bem-estar que incluíam perguntas sobre a capacidade de cuidar de si mesmo, desconforto com dores e ansiedade. Cada indivíduo recebia uma nota de zero a um: quanto mais próximo de zero, pior a qualidade de vida. Índices baixos estavam relacionados ao aumento de risco de hospitalização e morte precoce. Os idosos foram acompanhados por seis anos e, na média, tanto homens quanto mulheres passaram a se exercitar 24 minutos menos por dia: o sedentarismo aumentou 33 minutos diários para os homens e 38 minutos para as mulheres. Uma hora de atividade física por dia significava a elevação de 0.02 na pontuação de qualidade de vida. Já cada minuto a menos de exercício fazia o placar cair 0.03 ? resumindo, quem reduzisse em 15 minutos o tempo dedicado a algum tipo de ?malhação? ficaria com a ?nota? de 0.45.

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  • Cuidado para não sabotar o seu futuro eu


    Livro mostra como relutamos em valorizar nossas necessidades a longo prazo Hal Hershfield é professor de marketing, decisão comportamental e psicologia da Universidade da Califórnia, Los Angeles. Mês passado, lançou ?Your future self: how to make tomorrow better today? (?Seu futuro eu: como tornar o amanhã melhor hoje?), onde aborda a dificuldade de planejamento a longo prazo e como trabalhar para reverter essa ?inaptidão? que embute sérias consequências. O livro é resultado de uma década de pesquisas e explora a importância de nos conectarmos com nosso eu, como explicou em palestra on-line que pode ser acessada aqui: Hal Hershfield, professor de marketing, decisão comportamental e psicologia da Universidade da Califórnia e autor de ?Your future self: how to make tomorrow better today? Reprodução ?Gosto de usar uma imagem do dia a dia para mostrar como nossa mente funciona. Imagine a situação: um colega de trabalho, de quem você não é próximo, pede ajuda para fazer a mudança no próximo sábado. É claro que você tem uma lista de cem coisas mais importantes para resolver e vai arranjar uma boa desculpa para se livrar do chato. O incrível é que agimos da mesma forma com nosso futuro. A tendência é nos imaginarmos como uma outra pessoa, com a qual não temos qualquer proximidade e que, portanto, não é prioridade. Quando alimentamos essa conexão, fica mais fácil tomar decisões melhores?. Hershfield afirma que devemos imaginar diferentes ?futuros eus?: daqui a cinco, dez ou 30 anos. ?O exercício nos incentiva a pesar a consequências de nossos atos e vale até para controlar os níveis de colesterol e a circunferência da cintura. Os danos não acontecerão com um estranho!?, enfatiza, acrescentando que, para ele, ter filhos pequenos se transformou numa ferramenta poderosa para pensar no longo prazo: ?Estamos prontos para nos sacrificar por várias pessoas: nossos pais, filhos, amigos. Por que é tão difícil nos sacrificarmos por nós mesmos? E o mais interessante é que agir assim acaba impactando negativamente as pessoas que prezamos tanto, porque poderemos não estar em condições de ajudá-las?. O professor sugere uma ?visualização do eu? para criar a conexão e facilitar o controle de impulsos negativos. Comece escolhendo um determinado campo ? pode ser saúde, relacionamentos ou aposentadoria ? e pense na versão de si que gostaria de ter daqui a um determinado tempo. Faça um esforço para criar um quadro bem detalhado, para recorrer a essa idealização quando estiver prestes a fraquejar. O arsenal de Hershfield inclui o que chama de ?incentivos?, como uma bem bolada ?punição? que vai depender do auxílio de um amigo: ?Imagine que você belisca alimentos pouco saudáveis toda noite e estabelece que só fará isso uma vez por semana. Chame alguém de confiança, para quem você não mente, para ser seu ?auditor?. Se reconhecer que não cumpriu a meta, ele vai usar seu cartão de crédito (na versão brasileira, um Pix) para fazer uma doação para uma causa com a qual você, definitivamente, não concorda. Parece estranho, mas é bem eficiente quando adotamos essa intervenção punitiva?. O autor sugere que cada um escreva uma carta para si mesmo no futuro, fazendo depois o caminho oposto: uma mensagem do seu eu maduro para o eu presente ainda não convencido sobre o caminho a trilhar. Tudo vale a pena para criar bons hábitos que se perpetuem.

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  • Por que nossos órgãos envelhecem de forma diferente


    Em nível celular, a idade biológica pode estar indo mais rápido que a cronológica Quando pensamos em nossa idade, o que vem à mente é o número que nos acompanha o ano inteiro, até o aniversário seguinte. No entanto, em nosso organismo, há nuances: os órgãos apresentam diferentes graus de envelhecimento. De acordo com os especialistas, os ovários, por exemplo, já se encontram numa fase ?geriátrica? quando a mulher está na casa dos 30! É possível comparar com um carro: a pintura pode durar décadas e o motor continuar funcionando (se a manutenção for de qualidade), mas algumas peças precisam ser trocadas... Mulheres correndo: padrão de envelhecimento dos órgãos varia Milachalpadmashanti para Pixaba Muitos cientistas vêm se dedicando a estudar as características do relógio biológico e um dos primeiros a brilhar nesse campo foi Steve Horvath, da Universidade da Califórnia Los Angeles (UCLA). Em 2013, ele apresentou seu ?relógio Horvath?, capaz de medir alterações do DNA que vão ocorrendo ao longo do tempo. Os biomarcadores indicam se a idade biológica está indo mais rápido que a cronológica e hoje está claro que, em nível celular, o envelhecimento é desigual no corpo humano. O neurocientista Andrew Zalesky, professor da Universidade de Melbourne e criador do DunedinPace, um outro ?relógio epigenético?, mostrou em estudo publicado na ?Nature Medicine? que o envelhecimento de um sistema do corpo humano pode afetar profundamente os demais sistemas e órgãos. A degradação do sistema pulmonar tem efeito no coração que, por sua vez, provoca o declínio de outros sistemas ? cada ano de envelhecimento biológico do coração representa uma ?taxa extra? de mais 27 dias na idade do cérebro. O objetivo é, no futuro, transformar em alvos os órgãos que estão se desgastando mais rapidamente para tentar deter os danos sofridos e seus efeitos sobre o resto do organismo. Por enquanto, a ciência avança com uma grande parceira dos pesquisadores: a drosófila, ou mosca-da-fruta. Cerca de 75% dos genes associados a doenças que acometem os seres humanos têm um correspondente no inseto. Um time composto por profissionais de diversas instituições criou um atlas no qual mapeou o processo de envelhecimento de 163 tipos de células da mosca-da-fruta, cada uma com seu próprio padrão: enquanto as do cérebro envelhecem lentamente, as dos músculos e fígado se deterioram mais velozmente. As conclusões foram publicadas na revista ?Science?.

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  • Obesidade, ansiedade e inflamações: entenda como suplemento de óleo de coco pode se tornar 'vilão' na dieta


    Alimento é rico em gordura saturada. Estudo realizado na Unicamp identificou alterações no sistema nervoso central após experimento em camundongos. Suplementação com óleo de coco pode causar danos à saúde, diz pesquisa da Unicamp Pixabay/Divulgação Ganho de peso, comportamento ansioso e aumento de marcadores inflamatórios são algumas das consequências do uso prolongado do óleo de coco como suplemento alimentar. É o que aponta um estudo realizado pelo Laboratório de Distúrbios do Metabolismo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Segundo o professor e doutor em biologia funcional e molecular Márcio Alberto Torsoni, os pesquisadores ofereceram a um grupo de camundongos saudáveis, durante oito semanas, uma dose diária de óleo de coco equivalente ao consumo de uma colher de sopa. "A primeira coisa é que o animal ganhou mais peso. Ele aumentou a quantidade de tecido adiposo e um efeito importante relacionado a esse ganho de peso é que o animal ativou processos inflamatórios. Esses processos levam ele, por exemplo, a não perceber alguns sinais hormonais", explica Torsoni. Os impactos negativos foram percebidos na leptina e insulina, dois hormônios centrais para o metabolismo e que são responsáveis por sinalizar ao sistema nervoso, por exemplo, a sensação de saciedade e o controle dos níveis de açúcar no sangue. "Quando a gente perde essa capacidade [de sinalização], você vai diminuindo o sinal de saciedade, então você vai tendo mais fome, vai aumentando a deposição de gordura e ganhando peso. [...] Além disso, a gente também viu alguma alteração de comportamento do animal, de ansiedade e aprendizado", afirma. Processos silenciosos O pesquisador ressalta que, diferentemente de outros óleos utilizados no dia a dia, o óleo de coco é rico em ácido graxo saturado, popularmente conhecido como gordura saturada. Esse tipo de gordura é comum em produtos animais, como banha de porco, e tem grande poder inflamatório. "Consumindo de maneira crônica, isso causa problemas. E foi o que a gente viu: a ativação de processos inflamatórios no animal. A maior parte da gordura que eu tenho nesse óleo [de coco] é o que nós chamamos de gordura saturada", detalha Torsoni. O cérebro dos camundongos também foi afetado pela suplementação. De acordo com os pesquisadores, os efeitos foram percebidos no hipocampo, a região do órgão que está ligada à ansiedade e a distúrbios de comportamento. "Esses processos inflamatórios, que são silenciosos, chegam no sistema nervoso central. São moléculas produzidas pelo corpo e que são importantes, mas quando são produzidas em maior quantidade, começam a causar danos em estruturas, como os neurônios do hipocampo", diz. Imagem microscópica do tecido adiposo branco dos camundongos controle (CV) e os suplementados com óleo de coco em duas doses diferentes (CO100 e CO300). Em azul a marcação identificando núcleo celular (TROPO), em verde a marcação da perilipina marcando a célula adiposa e em vermelho a marcação (F4/80) que indica o aumento da presença de macrófagos no tecido adiposo. Marcio Alberto Torsoni Dose segura Torsoni frisa que o consumo seguro do óleo de coco é possível desde que seja feito em pequenas quantidades, conforme prevê o Guia Alimentar para a População Brasileira, desenvolvido pelo Ministério da Saúde. O importante, diz o pesquisador, é manter uma dieta balanceada e sem exageros. "Uma coisa que eu chamo atenção é que tem muita coisa na moda na internet. O que levou a gente foi exatamente isso. Há uns anos aumentou muito o número de pessoas que passou a fazer uso do óleo de coco e não tinha fundamentação científica nenhuma", destaca. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas

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